domingo, 30 de janeiro de 2011

Ultramaratona BR 135 /Janeiro de 2011


"Aqui a gente morre e ressuscita mil vezes"

Paixão, insistência, superação: atletas revelam suas inspirações para vencer a Ultramaratona BR135

Yara Achôa, da Serra da Mantiqueira, especial para o iG | 31/01/2011 10:52



Emoção e lágrimas na chegada da Ultramaratona BR135
Eles não ganham prêmio em dinheiro. Ao contrário, desembolsam para participar da Ultramaratona BR135. E não é pouco. A prova é realizada em um dificílimo trecho da Serra da Mantiqueira (ao sul de Minas Gerais) e muitos vêm de longe – de norte a sul do Brasil e até mesmo de outros países. Portanto, além do valor da inscrição (750 reais), gastam com deslocamento, hospedagem, alimentação, equipe de apoio.
Eles se dispõem a enfrentar mais de 200 quilômetros de um percurso cuja altimetria mais parece um eletrocardiograma, tamanho o número de morros a vencer. Isso tudo sob a pressão de completar a prova em até 60 horas. São três dias e noites de sol, chuva, poeira, incertezas. Sem contar a má alimentação, a privação de sono, a dor física.
Por que tudo isso?
“Se quiser acabar com minha vida, me tire dessa prova”, disse emocionado o vendedor Adilson Ligeirinho, 42 anos, bi-campeão da BR135 (e terceiro colocado este ano), que começou a correr há 16 anos para vencer a obesidade.




Foto: Guilherme Lara Campos / Fotoarena
A brasileira Jacqueline Terto e o americano Marty Fritzhand: 217 quilômetros de apoio
O choro também fechou a corrida do médico americano Marty Fritzhand, de 57 anos. Com bolhas horríveis nos pés, ele cumpriu os últimos 20 quilômetros praticamente apoiado nos ombros de sua pacer, a ultramaratonista Jacqueline Terto. “Apesar de não ter dormido nada nas últimas 60 horas, não podia demonstrar que estava cansada ou com dores. Precisava dar apoio ao Marty até o fim. Completar era muito importante para ele”, emocionou-se Jacque ao final. 

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