PcD aumenta sua atuação
Desde o início de 2011 o Programa para Pessoas com Deficiências (PcD) da Vila Olímpica da Maré vem colecionando boas notícias. Antes limitado a dois dias na semana – terças e quintas-feiras − o programa passou esse ano a funcionar de terça a sextafeira, oferecendo mais atividades para seus alunos. Às terças e quintas são desenvolvidas as atividades socioeducativas, enquanto que nos demais dias da semana o programa investe nas atividades de competição.
Com foco nas próximas Paraolimpíadas, o PcD adquiriu novos equipamentos para a prática de bocha
adaptada e tênis de mesa. Assim, além da natação e do atletismo, o PcD conta agora com mais duas modalidades esportivas. Segundo Jacqueline Terto, coordenadora do PcD, a bocha adaptada tem sido
muito bem aceita, pois oferece oportunidades aos alunos com deficiências severas, que nunca praticaram algum tipo de esporte antes.− Já o tênis de mesa vem atraindo boa parte de nossos alunos com paraplegia e paralisia cerebral de graus leve a moderado. Estamos muito confiantes na descoberta de talentos nessas modalidades. No entanto, mais que o rendimento físico, o que nos emociona é a real possibilidade de um novo res-significar na vida dessas pessoas através desses esportes, completa Jacqueline Terto.
Outra grande conquista do PcD aconteceu em maio, quando o programa viabilizou cadeiras de rodaspara 23 alunos. A doação foi realizada no dia 16 na Escola Naval de Niterói e foi uma ação
conjunta do Rotary Club Niterói Leste, do Rotary Club de Boca Raton (Flórida, Estados Unidos) e da
fundação estadunidense Johnny & Friends. A VOM recebeu ainda duas cadeiras de rodas para uso dentro da organização. No dia da entrega, os alunos tiveram suas novas cadeiras escolhidas e adaptadas por fisioterapeutas brasileiros e americanos, para lhes dar o máximo de conforto.
– O nosso objetivo é que todos os nossos alunos tenham qualidade de vida adequada à sua
condição. Ver nossos alunos tão felizes, a partir da aquisição de uma cadeira de rodas, que é seu único
meio de locomoção, é o nos motiva continuar trabalhando, disse a coordenadora do PcD.
TERAPIA CORPORAL NA VOM
Segundo Luiz Lacerda, terapeuta corporal do PcD, as atividades desenvolvidas têm como objetivo estimular os nervos, os ossos e outras partes do corpo do aluno. Ele lembra, entretanto, que a participação da família dos alunos atendidos é fundamental, assim como é importante que a criança, o adolescente e o adulto atendidos não se sintam excluídos por terem uma deficiência.
Coordenadora do PCD está entre as três melhores ultramaratonistas do mundo
Jacqueline Terto, coordenadora do Programa para Pessoas com Deficiência da Vila Olímpica
da Maré, conquistou mais uma vitória na sua carreira de ultramaratonista. No último mês de junho ela foi a terceira colocada entre as mulheres e 25ª na colocação geral na travessia do deserto de Gobi na China, prova integrante do circuito Four Deserts de Ultramaratona, que reúne os desertos mais radicais do mundo. Jacqueline já percorreu em 2010 o deserto do Sahara (o mais quente) e seus próximos desafios são os desertos de Atacama (o mais seco) e Antártica (o mais frio). O deserto de Gobi é considerado o mais úmido do mundo. Muito satisfeita, Jacqueline conta que sua conquista foi “de virada”.
da Maré, conquistou mais uma vitória na sua carreira de ultramaratonista. No último mês de junho ela foi a terceira colocada entre as mulheres e 25ª na colocação geral na travessia do deserto de Gobi na China, prova integrante do circuito Four Deserts de Ultramaratona, que reúne os desertos mais radicais do mundo. Jacqueline já percorreu em 2010 o deserto do Sahara (o mais quente) e seus próximos desafios são os desertos de Atacama (o mais seco) e Antártica (o mais frio). O deserto de Gobi é considerado o mais úmido do mundo. Muito satisfeita, Jacqueline conta que sua conquista foi “de virada”.
No primeiro dia ela enfrentou problemas com a altitude e perdeu muitas colocações. Mas ao longo da competição foi resgatando uma a uma as posições perdidas até alcançar a terceira colocação. Por isso, foi aplaudida de pé na cerimônia de entrega dos troféus. Jacqueline era a única brasileira entre os 152 integrantes da competição, originários de 36 países diferentes. Sua performance na prova do Gobi rendeu o melhor resultado de uma brasileira em provas de ultramaratona em desertos. A participação de Jacqueline nas competições faz parte do projeto Ultramaratona com Responsabilidade Social, a partir do qual ela pretende criar uma organização de apoio e assistência à pessoa com deficiência em condições de extrema pobreza e risco social: – Nas corridas, os alunos do Programa para Pessoas com Deficiências na VOM me inspiram a cada passo que dou. Penso que se eles conseguem, com todas as suas dificuldades, eu tenho, no mínimo, que não desistir! Devo minhas conquistas a todas as pessoas com ou sem deficiências que vivem em condições sociais severas. Elas sim são merecedores de nossos aplausos e imensa admiração, diz ela. Todo o trabalho de Jacqueline
Terto é focado nas questões sociais e por isso ela procura sempre relacionar sua participação
em ultramaratonas às dificuldades enfrentadas por aqueles que vivem em risco social, mostrando para todas as pessoas algumas experiências de superação. Como também possui formação em psicologia, Jacqueline pretende trabalhar com palestras motivacionais sobre o tema. – Pratico a ultramaratona porque tenho um motivo bem pessoal e particular para isso. Minha própria trajetória de vida e diversos outros exemplos que tive ao longo de minha vida me fizeram entender que não existem limites quando queremos algo realmente, diz Jacqueline.
Terto é focado nas questões sociais e por isso ela procura sempre relacionar sua participação
em ultramaratonas às dificuldades enfrentadas por aqueles que vivem em risco social, mostrando para todas as pessoas algumas experiências de superação. Como também possui formação em psicologia, Jacqueline pretende trabalhar com palestras motivacionais sobre o tema. – Pratico a ultramaratona porque tenho um motivo bem pessoal e particular para isso. Minha própria trajetória de vida e diversos outros exemplos que tive ao longo de minha vida me fizeram entender que não existem limites quando queremos algo realmente, diz Jacqueline.
Professora busca incluir pessoas com deficiência:
Entrevista: Michelle Domiciano - Profº do PcD da VOM
para Pessoas com Deficiência da VOM desde 2010. Formada em Educaçãoem 2005 pela
UniverCidade, ela já foi atleta de esportes coletivos, como handball e vôlei.
Depois de formada fezpós-graduação em Educação Inclusiva, na Universidade Castelo Branco.
Há seis anos, a professora do PcD fundou, com uma amiga, o Instituto Convivendo, no Complexo do Alemão, que tem como objetivo atuar na inclusão das pessoas com deficiência. O trabalho de Michelle nesse campo rendeu à jovem o prêmio Cidadão Socialmente Responsável, na categoria aluno, oferecido pela Unisuam, instituição em que cursa o sexto período de jornalismo.
• O que levou você a fazer educação física e a trabalhar com pessoas com deficiência?
Como era atleta e queria continuar atuando no esporte, escolhi fazer educação física. Porém, desejava algo mais depois de formada e foi nesse momento que conheci a matéria educação física adaptada, que ensinava como lidar com as pessoas com deficiência a partir do esporte. Essa é uma forma de ensinar a essas pessoas atividades que possam aplicar no seu dia a dia, dando a elas autonomia.
• Como é o seu trabalho na VOM?
Considero o meu trabalho aqui uma extensão do que desenvolvo no Complexo do Alemão junto às pessoas com deficiência. Inicialmente dava aulas de natação para os alunos do PcD, hoje atuo junto aos atletas de alto rendimento, que estão sendo preparados para participarem de campeonatos.
• Qual a importância de receber um prêmio como o Cidadão Socialmente Responsável?
Adorei ter sido selecionada, pois é gratificante ter o seu trabalho reconhecido. O prêmio também foi uma forma de atrair empresas para o trabalho que desenvolvo junto às pessoas com deficiência, pois há muitas instituições privadas que querem apoiar ações desse tipo.
• Como surgiu a ideia do Instituto Convivendo? Antes mesmo de me formar tinha vontade de montar
uma ONG para trabalhar com a inclusão. O Instituto Convivendo surgiu inicialmente para inserir as pessoas com deficiência a partir do esporte. Hoje também buscamos fazer nosso trabalho a partir da educação, capacitação profissional e encaminhamento ao emprego. Mas não estamos restritos às pessoas com deficiência, pois identificamos na comunidade do Alemão a necessidade de promover a inclusão para todos.
Alunos do PcD no Campeonato de Rugby
Gabriel Macedo da Silva e Irã Romão, do PcD da VOM, ingressaram na equipe do RioQuady, que disputa o Campeonato Brasileiro de Rugby em Cadeiras de Rodas.
É um feito histórico para o PcD, que pela primeira vez envia um aluno para um campeonato nacional.
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