terça-feira, 1 de setembro de 2009

Jornal da Vila Olimpica da Mare nº 1

Jornal da Vila Olímpica da Maré n. 1
ENTREVISTA: Profª Jacqueline Terto - Coordenadora do programa para pessoas com deficiências da Vila Olimpica da Maré.






Formada em educação física e psicologia e com mais
de 20 anos dando aulas para pessoas com necessidades
especiais, Jacqueline Terto é um exemplo de
mulher, atleta e profissional. Coordenadora e professora
da EFA (Educação Física Adaptada), um dos programas da
Prefeitura do Rio de Janeiro desenvolvidos na VOM, ela
começou a correr aos nove anos de idade no Rio Grande
do Norte, sua terra natal. No último ano, Jacqueline
ganhou o Jungle Marathon, uma ultramaratona de sete
dias em plena selva amazônica na qual homens e mulheres
competem de igual para igual, o que exige um treinamento
árduo e contínuo. Com isso, tornou-se a primeira
brasileira a ganhar a prova em território nacional.
A vitória rendeu-lhe a participação no Défi de
L’Oilensans, em julho deste ano, na França, e no Spartathon,
que fará o mesmo trajeto dos antigos mensageiros
gregos, em setembro de 2009. Jacqueline vem de Jacarepaguá,
onde mora, até a Maré correndo, o que para ela
é uma forma de treino. Um de seus objetivos é difundir
o programa social da Vila Olímpica da Maré e dar maior
visibilidade às pessoas com necessidades especiais.
• Qual a importância do esporte para as pessoas com necessidades
especiais?
– É fundamental porque o esporte, como a educação, o
lazer e a saúde, complementa o todo existencial do sujeito.
O esporte não é mais e nem menos importante, e sim
um complemento de igualdade e importância, porque a
sua prática supre uma série de demandas exigidas pela
saúde e pela educação.
• Como são definidas as atividades dos alunos?
– A educação física adaptada nada mais é do que uma
adaptação do que existe, que se dá de acordo com a deficiência
do aluno. Avaliamos suas limitações e fazemos
um estudo de quais seriam as atividades que realmente
contribuirão para a melhoria de suas ações.
• Qual a importância da disciplina para o atleta?
– Buscamos desmistificar a ideia de que a pessoa com deficiência
é um coitadinho e que por isso pode fazer tudo.
Nós as tratamos em igualdade e a questão dos limites
e da disciplina é dada normalmente. O que queremos é
que essas pessoas sejam incorporadas ao contexto social.
Sem limites, sem regras, sem disciplinas ela irá tornar-se
uma pessoa à parte, como vemos acontecer.
• Qual a importância da participação das famílias?
– Eu diria que é o carro-chefe de nossa ação. Buscamos
mostrar para as famílias a sua importância no processo
e por isso realizamos a cada dois meses reuniões com
elas. Tratamos cada caso individualmente, com a ficha do
aluno para ver como foi o mês passado, o que aconteceu
no mês e qual a proposta para o mês seguinte.

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